Já imaginou um hotel em que cada quarto esconde uma história
macabra e cada funcionário possui uma característica estranha e assustadora?
Entre um recepcionista que parece ter diferentes idades em diferentes momentos
do dia, uma camareira que não tem braços e um mensageiro que não tem olhos, as
lendas urbanas rondam a história do hotel, localizado no centro de São Paulo e
plano de fundo para as diversas histórias de terror vividas nos 21 andares do
grande prédio.
As histórias do King Edgar Hotel começam já em sua
construção: dizem que o terreno é amaldiçoado, pois ali anteriormente havia um
colégio católico, fechado depois que uma horrível tragédia acabou com a vida
dos estudantes e funcionários do lugar. Aliás, há boatos de que foram essas
lendas que levaram o pai dos fundadores a enlouquecer e há tempos depois levar
os filhos as construir o hotel exatamente ali.
As regras para hospedagem também são uma singularidade do
hotel: sem nomes, sem cadastro, sem horários. Pague a estadia e permaneça o
tempo que quiser, apenas pense bem na hora de escolher a chave do quarto, pois
cada uma reflete o que haverá no dormitório e depois de escolhida, nem pense em
trocar. Além do isolamento acústico que cada quarto possui, os danos causados a
qualquer patrimônio do hotel não serão descontados do cliente. Com tantas
vantagens assim, não é à toa que muitos entrem no hotel e poucos saiam, certo?
Essas são as características do King Edgar Hotel, local onde
se passam as histórias contadas no livro homônimo, organizado por Alfer
Medeiros e Lara Luft. Num primeiro momento, podemos imaginar que o livro é um
romance que se passa em um hotel assombrado, porém logo nas primeiras páginas
percebemos que o livro é uma série de contos, muito bem escritos por 68
escritores diferentes, que juntos criam toda a atmosfera tenebrosa do hotel.
Cada história se passa em um quarto diferente e ao fim de todas elas entendemos
um pouco mais sobre os segredos do terrível hotel.
O livro é muito bem organizado, os contos são angustiantes,
como todo bom conto de terror deve ser, e nos fazem questionar até que ponto
vai a loucura e qual é a linha que divide a loucura real dos fenômenos
paranormais.
O livro foi publicado em 2015 pela editora Andross e possui
528 páginas.
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